O que dizer?
Que teu cheiro continuaria em minhas mãos
Se não houvesse água e necessidade de tomar banho?
Que teu sorriso interminável continua na memória,
Resistindo contra o esquecimento resultante de lugares à meia-luz?
Nem insistirei em bater-me com tal limitação, pois nada
Do que dissesse alçaria vôo a ponto de superar lembranças:
Dias de chuva, seguidos dum domingo luminoso, do cheiro
Da carne, sons sonhados nos ouvidos toda noite.
A sensação de novamente descobrir um continente,
O riso para sempre perdido num canto de lábio.
Penas de pássaro em tua nuca, e pés, e covas.
Covas sobre a anca inesquecível.
Sem que nuncacabe.
Nuncacabe.
O que dizer?
(de Joca Reiners Terron)
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Um comentário:
Vocês fragmentaram a poesia, mas a colocaram como completa.
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